quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

the love you take is equal to love you make



Parece absurdo dizer isso, mas com quase 49 anos eu ainda acredito que todo mundo é essencialmente bom.

eu ainda acho que as pessoas não mal tratam as pessoas pq querem.

A conclusão depois de um relacionamento abusivo é que além de eu ser ingênuo, existem pessoas essencialmente más.

sim, eu ignorei todos os sinais e principalmente ignorei a minha intuição. Mas o que me deixa ainda mais indignado é que ignorei as próprias palavras da pessoa: "eu sou uma bicha ruim" - quando essa frase foi dita eu já tinha elementos pra perceber com minha própria intuição que a coisa não tava certa. "eu sou conhecida por abusar emocionalmente das pessoas" - quando essa frase foi dita eu estava totalmente inconsciente, com baixíssima auto estima e sendo pisado diariamente.

Tudo começa com a falta de diálogo, se estende para a falta de escuta, e quando você se dá conta está só dizendo "sim, sim." e "desculpa".

Mulheres entendem bem essa situação, quando não estamos bem com nós mesmos é que um abusador encosta.

Foi no fim também uma oportunidade para entender a própria intuição. Clarear na mente aquilo que se sente, mas por tantos motivos insistimos em negar. Minha intuição, e eu como todo, andava tão desfocado na época que eu demorei meses pra simplesmente observar as coisas como eram.

Um outro aspecto dessa relação é o fator grana. Como os mais ricos se escondem em falta de responsabilidade ( não assume o que fala e faz ), inconsequência, defensiva o tempo todo ( sempre se defendendo de tudo ) e principalmente em culpar o outro ( fazer as pessoas terem vergonha de serem quem são ).

Sofri meses, chorei, fiquei obcecado - tudo isso pq o dialogo não foi permitido...

...e o meu senso taurino de justiça foi ferido.

A ilustração acima é parte da marca que eu criei, administro e sou conhecido. Uma vitória gigantesca no meio de tanta lama e depressão.

Hoje eu olho pra essa pessoa e sinto o quanto ela é frágil, acuada, defensiva, covarde.

Eu não sou assim. Eu sou bem mais forte.

#fulananoespelho

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

voltando de novo e de novo

Fases vem e vão, anos passam e como passam, vergonha de reler coisas antigas, mas aqui estou de volta ao blogger.

Já é 2024, estou mais conhecido de mim mesmo, sei quem sou e quem quase fui pelos caminhos tortos de não prestar atenção.

"o acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído".

Eu e meus simplismos emotivos, melodramáticos, pra chorar ao pôr do sol enquanto a orquestra vai grande grandíssimo.

O ano é 2024. Eu sigo querendo ser aceito por jeitos tortos e narcisísticos, sigo me deixando rebaixar por pessoas que não sabem o que falam, sigo contemporizando pessoas que me agridem.

Tudo no caminho da mudança através de conscientização por terapia, espiritualidade e afeto de amor e amizades.

Tudo segue sendo certo na hora certa, e quem sabe faz a hora.

Ao sabor dos ventos, seguimos, balançando como bambu. 

domingo, 23 de janeiro de 2022

O cinemão como escape

 



Duas semanas em casa com COVID, acompanhado do meu filho de 14 anos. Os dois isolados, precisando ocupar o tempo.

Nas vezes que ele não estava jogando videogame isolado no quarto, assistimos algum filme na sala, de máscara mesmo.

Vou destacar duas sessões inesquecíveis aqui:

Os Bons Companheiros, Martin Scorcese;
Laranja Mecânica, Stanley Kubrick.


Bê tem uma mania curiosa, quando ele acaba de ver algum filme que ele gostou muito, aquele filme passa a ser seu filme preferido. Traisnpotting, Midsommar, entre outros foi assim.

Mas esses dois em questão mexeram com a gente diferente. Não só a relação com o filme em si, mas o fato de ser o pai mostrando o filme pra ele. Tem um agradecimento implícito no ar, "que bom que vc me mostrou esse filme".

Bons companheiros eu coloquei sem muita atenção dele, tipo "vou propor um filme aqui e ver o que a gente acha".

10 minutos depois estávamos sugados pela narrativa, pela edição, pela rapidez fina que aquelas 2h30min passam diante dos nossos olhos. Quando o filme acaba você quer mais, você precisa saber mais daquela história. É uma pena que não tenha sido reconhecido na época, talvez seja o Scorcese que nos lembraremos pra sempre, se é que é possível esquecer outros filmes dele.

Laranja então veio com essa preparação já superada, eu podia propor um filme antigo que seria bem aceito. E fomos mais uma vez arrebatados pela genialidade de tudo que se vê na tela. O texto, a câmera, a música, genialidade pura que ele absorveu como um PHD em cinema. "Não parece de 1971!", foi o comentário mais de boa. É muito legal que essa geração está muito à frente da minha em interpretar quadro, movimento de câmera, intenções do roteiro. Com esse olhar emprestado dele, percebi coisas que não tinha percebido em mais de 30 anos assistindo esse filme aqui e ali. Na ESPM fiz uma analise crítica do filme que nem de perto passou por nossas percepções dessa sessão.

Estão na lista pras próximas sessões outros scorceses, outros kubriks, cidadão kane, e qualquer coisa que consiga nos afastar do tik tok.

Joga a mãe!


 

Nossos pais estão aí para nos ensinar alguma coisa sobra a vida, principalmente os erros.

Se você não aprendeu com os erros dos seus pais, e deixou uma boa parte desse karma seguir seu caminho sem intervir, você também não vai aprender com os acertos.

Minha mãe descobriu que tinha síndrome do pânico eu devia ter 10 anos. Na minha percepção de criança não mudou nada nem de antes, nem depois. Ela só foi diagnosticada quando eu já tinha 20 anos.

Minha mãe sempre foi controladora, totalmente conectada e presente com cada decisão do meu dia. Um controle que ditava sua vontade acima de qualquer vontade minha. Tive que aos 18 anos arranjar um emprego e então sair de casa para poder realmente tomar conta da minha vida. Uma mudança traumática que ela não deixaria acontecer sem muito, muito drama.

Esse controle excessivo, não me deixava ir pra escola de ônibus por exemplo, criou uma casca de preguiça e conforto em mim, aonde eu sempre deixava que ela resolvesse as coisas, se responsabilizasse por tudo e eu pudesse viver uma vida de irresponsabilidade assistida.

Aos 17 anos eu já havia sido julgado no conselho social de menores duas vezes: agressão e direção perigosa com acidente e fuga do local. Fui parado por um carro de polícia, e tive a arma apontada pra minha cabeça pelo policial.

Esse controle excessivo, me descolou da realidade que os meus amigos viviam, me descolou da realidade pra vida toda.

Hoje, prestes a fazer 47 anos de idade, minha mãe de novo me trata como se eu fosse um retardado, como se eu não soubesse cuidar de mim e precisasse dela pra sempre. Talvez a única forma que ela encontrou para se sentir relevante, talvez a única função que ela não queira nunca abrir mão. Hoje com 75 anos, ela não parece estar mais falando coisa com coisa, e a gente não sabe se é o eterno drama e a eterna busca por atenção, como se ela também nunca tivesse se conectado com a vida adulta sem ressentimentos, ou se ela realmente precisa de cuidados.

Pedi que ela não me tratasse como se eu não soubesse o que estava fazendo, e ela mais uma vez se vitima, como se fosse culpa minha não aceitar ser mal tratado, mas com boa intenção.

A gente sabe, no inferno tá cheio de boas intenções.

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

46 muitos anos

 


Eu não sei como meus pais davam conta das coisas quando eles tinham 46 anos nos idos dos anos 90.


Eu não enxergo direito com 46 anos.
Não escuto.
Não confio de todo nas minhas impressões e sensações.
Não tenho amigos, circulo social.
Não tenho carro, nem comprei casa própria.
Meu filho se estudar em escola paga será com ajuda dos meus pais.
Não posso comer nada muito pesado, não posso exagerar no açúcar e no álcool.
Faço exercício, mas não aguento passar o dia num festival de música.
Durmo cada vez menos.


Aos 75, não consigo imaginar que estarei por aí atravessando a rua sozinho.

terça-feira, 23 de novembro de 2021

Ideias soltas no papel

 Palco de Teatro - Fotos e Vídeo | Cultura - Cultura Mix


ideia para um sitcom:

Zé é um comediante stand up que mora em SP e vive trocando de namoradas. Seu vizinho de frente é um segurado da assistência social que está de greve do emprego há 8 anos, e vive se metendo em confusões. Seu melhor amigo mora com os pais e gasta uma energia tremenda para permanecer sem trabalhar, apesar de estar sempre em bons empregos. Sua amiga mais próxima, ex ficante, trabalha numa editora e suas aventuras amorosas demonstram como é barra ser mulher. Os 4 sempre se encontram no apartamento de zé, e os episódios são intrincados, com causas e efeitos surreais, invariavelmente acabando mal para alguém.

humor.


ideia para um filme:

arqueólogos descobrem artefatos do que restou da nossa civilização no futuro. Quanto mais investigam, mais concluem que um surto de burrice global jogou o planeta no colapso. Durante a investigação, descobrem que remanescentes dessa civilização se escondem tentando aplicar um plano de destruição final do planeta.

Ideias de título: burrices do passado; idiotas de outra galáxia; caçadores da tragédia perdida; Jair, um trapalhão no fim do mundo.

Ideia para um youtube:

branco de classe média discute seu atraso mental e fim.


Ideia para um negócio: especular com o dinheiro dos outros, prometer coisas que eu não posso fazer, enganar pessoas em série, fugir com o dinheiro pra Costa Rica.


Ideia para um super poder: controlar o que as pessoas pensam, falam e fazem através de telepatia, seja uma pessoa ou uma multidão; parar o tempo à sua volta, enquanto foge ou age contra os inimigos.


quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

EUA e o mito democrático mundial

 
Querellas y bola de cristal, por Herbert Mujica Rojas


Olha lá, que bosta estar certo, devíamos nos empregar em futurologia: os corvos furaram os olhos da democracia.

Mentiras, a cola que rege os mitos democráticos americanos do norte e os vernizes democráticos dos americanos do sul, são a nova verdade, a nova opinião técnica embasada.

Ter razão nesses últimos 6 anos não adiantou de nada, a convicção política e principalmente a despolitização jogaram o país no chão com a fantasia boboca de salvar o país.

Além de toda humilhação e a destruição do setor cultural, baseado em moralismos vazios, temos que conviver com o fato de ter razão. E ter razão, em quase todas as situações, não adianta nada.

Pq agora com o ataque ao capitólio norte americano e a instrumentalização do estado brasileiro, e das policias, arquitetado pelo presidente atual mostram claramente que analisar com precisão seu tempo e seus acontecimentos é uma futurologia esquecida por conveniência. Arquitetado é uma maneira bonita demais para descrever qualquer coisa que bolsorabo faça, até pq sempre foi esse seu projeto, autoritarismo de estado/cabide de emprego/aparelhamento.

As empresas que estão fechando, e os empresários e economistas que não acertam uma previsão há anos, usam a mesma métrica para analisar a política e os negócios.

Essa mitologia é totalmente alimentada pela meritocracia e pelo capitalismo, que em si são mitologias baseadas em mentiras e principalmente na esperança que as pessoas não estejam informadas o suficiente para conseguirem reagir. É assim que Trump e bolzo chegaram ao governo. Ciência, matemática e informação são seus inimigos.

Qual a saída pra isso? Infelizmente, empobrecer a classe média durante certo tempo pode causar uma reação. Então entramos num ciclo: populismo de esquerda assistencialista, populismo de direita antiestado.

E não, não será o Huck que vai nos salvar.



quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Brasil o país do futuro, de novo.

 Fica pras próximas gerações, e aqui podemos falar de décadas ou séculos, o país que queríamos.

O brasil era o país do futuro, o futuro chegou e jogamos o futuro pra depois.

Entender que a história do Brasil é marcada por mentiras, conspirações e golpes que sempre tiveram o intuito de enganar e encher a população de falsas verdades.

Na minha geração, a tragédia militar dos anos 60 e o populismo corrupto dos anos 80, construíram um país sem condições de progredir, sem espaço pra crescer.

Esse saudosismo de tempos passados melhores é falso, nunca tivemos tempos melhores.

Temos ainda muito passado pela frente como disse o Millor. Descobrir ou se atentar definitivamente que o Brasil tem donos desde sempre, e que eles não vão nunca largar o osso, me enchem de tranquilidade de uma vez por todas:

o brasil não tem a menor chance de dar certo.

terça-feira, 1 de setembro de 2020

A mentira é a nova verdade, a burrice a nova opinião.

 Os negacionistas venceram.

Quando o aquecimento global é mais do que uma constatação científica, aparecem os negacionistas.

Quando um negro vira presidente da nação mais rica, o movimento racista reaparece com força.

Quando algum governo de países pobres faz algum justiça social, movimentos corruptos de impeachment vestem a roupa da justiça.

Quando nos livramos de diversas pragas com vacinação em massa, o movimento anti vacina se prolifera e mata milhares de pessoas.

Quando a verdade não se ajusta a sua convicção política, a mentira é adotada e traz no seu cavalo de Tróia o autoritarismo e o fascismo fantasiado de opinião.

Quando a liberdade de expressão é atacada, atacar a liberdade de expressão vira liberdade de expressão.

Se vc ainda não entendeu, não é agora que vc vai entender.

O mundo caminha mais uma vez para uma guerra ideológica fascista, com pitadas xenófobas e antisemitas, demonstrando que a história sempre se repetirá como farsa.

Bye bye brasil

 Há 20 anos na ESPM, todo mundo falava das belezas de morar fora do país, das diferenças que faziam a vida muito melhor na Europa ou Estados Unidos/Canadá.

Alguns amigo estão esse tempo no exterior, sem nunca mais imaginar voltar ao país.

Sempre achei que eram motivos errados que os levavam pra fora: preconceito com os mais pobres, medo da segurança pública e uma falsa sensação de insegurança.

Os motivos reais, que atrasam o país, nunca foram motivos apresentados: a falsa correlação meritocrática, o abismo social e econômico entre ricos e pobres, o favorecimento e proteção aos mais ricos.

Em pleno 2020, vivemos uma teocracia corrupta e assassina com a falsa promessa de combate à corrupção e as mamatas públicas. Um verdadeiro descaso e disputa de poder que nos atrasaram por 30 anos.

Esse é finalmente um motivo real para sair do país, motivo que sempre achei possível combater com verdade. Fica claro hoje que a inocência é parte dos absurdos que foram cometidos no país nesses 4 últimos anos.

Minha vontade, diferente de 20 anos atrás quando firmei um pacto de ficar no país à qualquer custo, é sair para qualquer lado pra fora da fronteira. Sair de perto do populismo, da classe média ignorante e orgulhosa, da elite criminosa e irresponsável.

O Brasil nunca será o país do futuro, "pq tem muito passado pela frente".

Um adios, bye bye, so long farewell.

O último que sair deixe a luz acessa, foda se.