segunda-feira, 16 de setembro de 2019

não percam




No programa de hoje:


Fome: pq alguns miseráveis continuam morando na rua sem ter o que comer.



Pobreza: pessoas que moram no lixão não se esforçam e vivem de restos.




Moradores de rua: SP tem a maior população de rua da história, e os eleitores se preparam para eleger os mesmos mais uma vez de novo.




Escolas: crianças serão protegidas da "ideologia de gênero", sem merenda, sem fazer as 4 operações básicas e escrever o próprio nome.




Cultura: pessoas que não frequentam eventos culturais agora serão atendidas pelo governo - eventos culturais não existem mais!



Cinema: filmes brasileiros estão proibidos de estrear nas salas de cinema. Medida permite que filmes norte americanos não dividam sala com ninguém.



Justiça: juízes que não estiverem ganhando acima de 100 mil mais ajuda de moradia serão considerados comunistas.



Futebol: homossexuais nem são gente.


fique com a gente!

somos o PRA FRENTE BRASIL

Hoje vamos falar de como a mediocridade, a burrice e a falta de informação viraram opinião, num dos países mais desiguais e distópicos do mundo:

o brasil.

Essa malemolência que nos faz não entrar em discussões acaloradas, sermos sempre anti-politica, e principalmente acreditar sempre num homem branco de terno.

O que um homem branco de terno fala, sem sombra de dúvida, é certo sempre e sempre. O que ele fala sempre é a verdade, não é doutrinação ou viés ideologico. Não! É só a verdade.

Por isso colocamos várias pessoas de terno e com a cara pintada de branca falando a verdade, apenas a verdade, e que de agora em diante vão virar verdade na sua cabecinha classe media proletaria, que se acha classe media alta capitalista, algo que nem existe na verdade das verdades mesmo.

white face

Mulher negra de terno claramente com a cara pintada de branco: "a normatização da opinião das mulheres brancas afasta a realidade da mulher negra do debate, aonde ela sendo mulher poderia ter o ponto de vista negro, mesmo que feminista, não percebe que a posição de privilégio branco nunca vai conseguir observar a posição que a mulher negra realmente ocupa na nossa sociedade"

Homem negro : A posição subalterna e periferica do homem negro coloca ele na rota da violência, sendo que homens negros são quase 80% das mortes por arma de fogo de policias. A meritocracia foi criada do ponto de vista do homem branco de família estruturada e com dinheiro.

Mulher branca: a realidade social da mulher e seus direitos são todos analisados por homens brancos ricos, mesmo que eles estejam distantes de todas as discussões e principalmente não escutam as mulheres que efetivamente estão em suas situações. E a mulher branca se vale de seu privilegio para defender as posições machistas como defesa do seu privilegio.

Produtor rural sem terra: o agro é pop para uma meia dúzia: 60% do que comemos vem de pequenos produtores, e 40% da nossa comida vem da reforma agrária. Quem tem dinheiro enche a nossa comida de agrotoxicos, destrói a mata para monoculturas e gados, contrata grileiros e matadores de aluguel, paga matérias, politicos e midias para criminalizar os mais fracos e mais pobres.

Estudante de faculdade pública : minha escola está cada vez mais sem estrutura para que as faculdade pagas engordem os donos que se dizem sem fins lucrativos. Sem recursos as faculdades públicas ou fecham ou param, e nós paramos de estudar.

situação de rua: nunca perdi tudo pq eu nunca tive nada, só conheço a rua, nunca foi opção ou falta de opção, é só o que eu tenho.

do morro: minha familia nunca foi do crime, eu nunca tive amigos do crime, mas quando eu to no asfalto eu sou criminoso nos olhos dos outros.

padre progressistas: quando ajudo as pessoas com fome, me chamam de populista, quando pergunto pq eles tem fome, me chamam de comunista.

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

classemédia baixa ou alta






Eu cresci naquela faixa curiosa da população de classe média dos anos 80: nem pobre suficiente nem rico suficiente.

Quer dizer que eu não era pobre para andar com os caras mais descolados, e temidos do bairro. Uma boa parte deles vivia num galpão na rua de trás, uma comunidade para crianças sem pais e mulheres solteiras com filhos. A rua de trás da casa dos meus pais era um lugar bem distante, distância criada pela educação classe média que nos impedia ir muito longe de casa.

Eu não falava e não me portava como eles, eu não me entendia com eles, e hora ou outra eles ia querer me bater exatamente por causa da minha fleuma de classe média criada por 2 funcionários públicos do setor da educação, vulgo professores.

Eu abria a boca e eles deviam pensar "mané". Eu jogava bola com eles me xingavam. Eu deixava brincar com meus brinquedos eles não me batiam.

Nem era rico suficiente para atrair os mais ricos para os meus brinquedos. Atrair os mais metidos à besta na rua para brincar no quintal de casa era raro. Quando um deles foi finalmente, até suco eu ofereci pra todo mundo, garantindo que o rico loiro fosse servido de ki-suco primeiro.

Pra eles, eu era remelento igual a qualquer pobre. Me lembro que quando fui à um aniversário de um que aparentava mais riqueza, minha mãe me arrumou como se eu fosse casar. É o vira-latismo classe média, aonde não podemos parecer pobres pros mais ricos.

Esse lugar estranho aonde vc sabe que os mais ricos não chegaram lá por mérito, e os mais pobres não tem chance de chegar em lugar nenhum.

Um lugar que vc foge da pobreza e de parecer pobre, mas é humilhado e ignorado por quem tem mais dinheiro enquanto é invejado pelo seu estilo de vida pelos mais pobres.

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

otimismo pelo fim do mundo


Quando vamos deixar de fazer de conta, hein Brasil?

Então quer dizer que apontar os absurdos que estão acontecendo agora, são formas de ignorar o passado? São formas de dizer que isso ou aquilo nunca aconteceram?

Quem apoia o atua governo não quer ver fatos, realidade, e está fazendo de conta que existe qualquer boa ação atrás de suas palavras, sempre ignorantes, sempre békicas, sempre sem qualquer decoro.

Vivemos um tempo bizarro, mas que os principais agentes são de uma classe média elitista, que sem a consciencia de classe segue defendendo bandidos, defendendo os mais ricos, e principalmente defendendo um ideário fascista.

Não consigo mais bater de frente o tempo todo, mas sabemos que não podemos esmorecer num momento tão triste e tão perdido.

Não sairemos desse ciclo tão cedo.


terça-feira, 20 de agosto de 2019

A Globo é o mal do país

Ontem no Jornal Nacional a história foi reescrita para agradar os coxinhas paneleiros da classe média, afagando na verdade a nossa elite do atraso.

Bonner, um dos homens mais criminosos e irresponsáveis do país, pois tem o poder da fala e da difusão ao seu lado, fez uma correlação toda torta, editando ao seu interesse uma fala do presidente Lula, e querendo igualar a política ambiental e externa ao que bozo tem feito.

A imoralidade e a total falta de decência começam em ignorar que foi Lula quem criou o ICM-BIO, e que foi bozo saco de cocô quem esvaziou o orgão com a desculpa de "indústria da multa ambiental".

Bonner se faz de bobo, querendo dizer que as sanções que estão adiante de nós, são iguais ao pedido de soberania no governo Lula. Querem apagar nossa história, e imprimir aquela que darão mais lucro para uma meia dúzia com viés de "um brasil melhor".

Não vamos deixar passar, não vamos esquecer, e vamos gritar pra história o que está sendo feito em nome do lucro de alguns poucos.

Se trata de defender o país de verdade, se trata de patriotismo e soberania de verdade. Não vira-latismo com fantasia de vivas ao Brasil.

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Desmatamento como política, morte como projeto



A ignorância, a mediocridade e o projeto de liberação de desmatamento para os parceiros que bancaram sua eleição, produziram essa imagem aí em cima: SP escura por causa da fumaça do desmatamento em Rondônia e Mato grosso do Sul. Rondônia tá 2mil km de SP, apenas como registro tá.

Nosso presidente, inconsequente e irresponsável, acabou com o IBAMA e tem feito declarações anti indígenas, o que liberou uma chacina e um liberou geral na região amazônica.

Voltamos décadas direto para os anos 90.

Para barrar as notícias de desmatamento, adivinha? exonerou o diretor do INPE, nomeando um militar bunda mole qualquer, que vai engavetar dados e dar aquela impressão de que tá tudo de boas.

Acho que no fim a gente só não torcendo direito pra dar certo, né, bando de arrombados.




Aquele vazio da existência te incomodando sábado à noite. Ansiedade por estar perdendo alguma festa relevante, alguma conversa inspiradora, sensação de não estar no lugar certo na hora certa.

"Vamos andar pela Vila". Nada tá certo quando você resolve que sair pela vila madalena sábado à noite é uma boa ideia.

E principalmente se você é um classe média criado nas culpas e na proteção católica paternal, que diz até que horas vc faz cocô.

Nada, nenhum conhecido, ninguém com um baseado para salvar a noite e fazer tudo parecer melhor. Aquele ar de otimismo que você não sabe daonde veio, mas foi do banza mesmo.

Um carro com dois caras aparentando nóia, com certeza vão fumar um. "E aí, podemos participar aí". Minha namorada na época conseguia se meter em muito mais roubadas do que eu poderia imaginar. Provavelmente por ser mulher, mulheres se metem em mais roubadas pq homens não barram mulher, não barram mulher em nenhuma situação.

sentamos no banco de trás. Na frente o carinha sentado no banco do motorista preparava o banza. Passei $5 pro banco da frente, passageiro, pra ajudar na fita. "Vocês não tem um pouco dessa maconha pra arranjar pra gente?"

"não é maconha, é pó."

saímos do carro, com os $5 de volta na mão. a sensação era de derrota com gosto de merda podre na boca. Não falamos mais nada o resto da noite.

Du bão



Olhando agora para 2019, Brasil, cidade de São Paulo 20 milhões de habitantes, nunca fomos tão atrasados.

Nesses 20 anos parecia que evoluiríamos, mas estamos tão atrasados como os anos 90.

No quesito liberação da maconha então, nunca os criminosos que lucram com o comércio e com a guerra às drogas estiveram tanto no poder.

Enquanto nos países civilizados que tratam seus cidadãos como adultos sencientes, você compra maconha controlada gerando impostos para os cofres públicos, aqui compramos de traficantes que são criminosos diante à lei, funcionários de homens ricos e poderosos, ganhando dinheiro com o tráfico e com o combate malemolenga ao tráfico.

Políticos e empresários influentes que bancam a chegada das drogas nas nossas mãos e as balas nos corpos criminalizados das comunidades pobres.

Nunca fui muito bom com jardinagem, por isso nunca considerei plantar, mesmo pq é muito difícil obter boas sementes.

Os clubes no Uruguai me parecem o melhor formato: pagamento de mensalidade e fornecimento legal plantado pelo próprio clube.

Nas ruas de SP você tem a boa ou a ruim. Quando vc conhece o trafica por bastante tempo, pode puxar a orelha dele e solicitar troca quando vem a ruim. Na itália, aonde eu comprei na banca de jornais, existia um catálogo com 30 tipos.

Se hoje vivemos uma onda conservadora mundo à fora, vivemos uma onda atrasada e hipócrita no Brasil. Nem conservadores direito temos aqui.

Em tempo, estudo aponta que no Brasil seriam gerados 6 bi de impostos. No estado do Arizona essa é a geração de impostos só nos últimos 6 meses, de 1 único estado.

montanha russa de criança

De dezembro de 1999 até julho de 2019 pode parecer que uma montanha russa de coisas aconteceu.

Mas, talvez bem menos do que parece.

Quando por motivos no mínimo estranhos eu fui demitido do laboratório de foto da ESPM, eu estava me sentindo pronto para enfrentar o mundo e moldá-lo à minha vontade.

Na real eu me acomodei, sem perceber, e vivia uma ansiedade por não conseguir fazer as coisas correrem com mais velocidade, por não conseguir realizar com a eficiência que eu achei que teria.

Analisando hoje, eu me sentia adulto e pronto para desencanar de todas as obrigações que eu tinha que desempenhar até ali.

Eu podia ser só eu, minha preguiça e um baseado no sofá por algum tempo.

E foi o que eu fiz, talvez por mais tempo do que deveria, e tudo que eu fiz procurava tampar um buraco das coisas que eu não conseguia imprimir velocidade e realizar.

Depois de desperdiçar oportunidades suficiente para não ter mais oportunidades, eu ainda sai de tudo isso com o saldo positivo.

Parece que eu estou me lamentando, ou deprimido por isso. Mas na verdade me sinto bem por conseguir analisar, conseguir entender minhas responsabilidades e as responsabilidades do entorno,que eu não conseguia analisar na época.

Tudo isso para dizer que eu escrevi minha história fumando maconha nesses 20 anos, e não me arrependo, apesar de saber que poderia fazer melhor.

Usar das memórias para escrever um diário depois de tanto tempo, parece até uma piada sobre não lembrar nada depois de fumar um. Mas é uma forma real de me aproveitar de tanta montanha russa que eu andei, sem exatamente ter tanto frio na barriga assim.

É um diário de memórias, que podem ser memórias, podem ser que não.

Mas são sobre banza, sobre batata frita, sobre verde, sobre cocô do hulk, sobre fumo, sobre fumo fuçado, sobre dar aquele tapa na pantera.



A volta que ninguém queria

Pode até fazer sentido ter um blog, ou esperar que alguém leia. Mas nesse anos todos, mantive os blogs pela pura vontade de escrever, mas simplesmente não consegui mais escrever.

Talvez pq o cotidiano tenha atropelado qualquer possibilidade e disposição de escrever. Talvez pq eu tenha usado maconha para criar, mas não ajuda exatamente para escrever. Talvez eu só esteja me enganando.

Mas retomar os blogs quase uma década depois, tem um gosto estranho e ao mesmo tempo empolgante.

Estranho pq eu fico me perguntando, aonde eu estive esse tempo mesmo.

Empolgante pq sinto que as palavras podem fluir, sem eu ficar fazendo muitos julgamentos sobre o que eu estou escrevendo.

Ontem escutei um álbum, com músicas que marcaram uma época pra mim, e me pareciam músicas de 3 ou 4 anos de idade. As músicas haviam sido lançadas em 2007.

Ultimamente os anos estão passando muito rápido.

Deixar algumas palavras aqui pode servir pelo menos para eu reencontra-las uma década depois de novo.