quinta-feira, 21 de abril de 2011

Pedestre não


Continua a reforma. O revestimento para o banheiro acabou, precisei de mais e fui comprar no único lugar que encontrei. Uma enorme loja e depósito perto da Ponte do Tatuapé. 2 ônibus depois, lá estava eu na inóspita marginal, no sentido contrário da loja. Poucos metros me separavam da ponte, eu teria que alcança-la e atravessar. Mas como? Nenhuma faixa, nenhum farol, carros a milhão e pra piorar, a nova alça de acesso pra Salim Maluf enterrou qualquer possibilidade de atravessar. Alguns minutos depois consegui. Um matagal alto e espesso toma conta do passeio, dobrando o trajeto até o alto da ponte. Finalmente, atravesso a ponte do Tatuapé a pé. Carros estacionados no trânsito assitem o único pedestre em quilometros se aventurar num espaço de 1,5m de calçada, acompanhado por 30cm de muro, que me separam da queda e das turvas águas do rio. Muito perigoso, assustador, temi pela vida.

Pra sair da ponte, outro transtorno para atravessar a alça de acesso. Nada foi feito para o pedestre. Não é seguro, está longe de ser um passeio agradável. E é assim em todas as pontes das marginais.

Quero o meu espaço de pedestre. Quero dividir o espaço da cidade com direitos iguais. Não é possível que o carro tem a prefêrencia e pronto.

O revestimento já está aqui e ficou lindo no banheiro.

dica: pisos e revestimentos ficam 8 meses no mercado. Depois ficam mais 2 meses por encomenda, e depois só em cemitério de azulejos.

ps: 2 pedestres morrem por dia em SP atropelados.

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